O novo coronavírus, desinado SARS-Cov-2 ou nCoV foi pela primeira vez identificado em Dezembro de 2019 em Wuhan, na China. A COVID-19 é uma doença infeciosa respiratória altamente contagiosa, que leva à disfunção respiratória, cardíaca, hepática, renal e imunitária.
Cerca de 80% dos doentes irão apresentar sintomas ligeiros a moderados (tosse, febre e dificuldade respiratória) associado a infeção respiratória aguda. Aproximadamente 14% poderão desenvolver uma patologia grave, com necessidade de hospitalização e suporte de oxigénio, dos quais 5% poderão necessitar de cuidados intensivos. Importa salientar que numa fase inicial têm indicação mínima para o uso de técnicas de higiene brônquica. O processo de recuperação vai mais além do teste negativo sobre a presença do vírus no organismo. Existem dados suficientes que demonstram que alguns pacientes continuam a experimentar sintomas relacionados com a COVID-19 depois da fase aguda da infeção.
Atualmente não existe uma definição de consenso claramente delineada para a condição: a terminologia tem incluído "COVID prolongado", "síndrome pós-COVID" e "síndrome pós-COVID-19 agudo”. Estes sintomas pós agudos em pacientes com COVID-19 têm-se agrupado num "síndrome pós-agudo de COVID-19" para tentar explicar a sua patogenia e orientar o seu tratamento, dada a magnitude do problema de saúde que representam. Esta síndrome parece afetar as pessoas com todas as variantes da doença: leve, moderada ou grave. É conhecido que, no mínimo, um terço dos pacientes que padeceram da infeção aguda têm um cortejo sintomático persistente depois da fase aguda, para além do período habitual de convalescença de enfermidades respiratórias agudas virais, e que estes sintomas são piores e mais frequentes quanto mais grave foi o início da doença.
Causas e magnitude do problema estão a ser estudadas, mas a evidência é suficiente para adquirir consciência da necessidade de implementar estratégias de intervenção para este prolongamento dos sintomas, a que agora denominamos Long COVID. Também, uma grande percentagem de pacientes evidencia dificuldades cognitivas. Investigações com pacientes que sofreram de síndromes respiratórias agudas demonstraram que o compromisso cognitivo pode afetar 70 a 100% dos pacientes durante a alta, que 46 a 80% o mantêm um ano após a alta, e que 20% ainda o têm após 5 anos. Todas as funções cognitivas podem ser afetadas, incluindo a atenção sustentada, as capacidades visuo-espaciais, a memória, as funções executivas, a memória de trabalho e a velocidade de processamento. Para além dos défices cognitivos, as investigações mostram a presença de perturbações de humor, sendo muitas vezes consideradas um evento traumático. Também, as famílias e cuidadores destes pacientes sofrem durante e após essa experiência de vida stressante, e que pode predispor o desenvolvimento, por exemplo, de perturbação de stress pós traumático, ansiedade, depressão e aumentar o risco de doença, a par de uma deterioração significativa na qualidade de vida. Por outro lado, os indivíduos que não ficaram infetados também podem apresentam sequelas psicológicas resultantes do isolamento social. Adicionalmente, as alterações nos hábitos diários da população envelhecida, com interrupção das suas atividades sociais, também têm um grande impacto psicológico, levando a sentimentos de desespero e falta de esperança no futuro.
Por esta razão, a NeuroVida desenvolveu um programa de reabilitação específico para estes pacientes.
OBJETIVO Prestar cuidados de saúde integrados com um alto grau de diferenciação técnica, assegurando cuidados nesse âmbito a doentes após infeção por COVID com um quadro de elevada complexidade.
A QUEM SE DESTINA? Pacientes com sequelas motoras e/ou limitações relacionadas com a mobilidade, cognitivas ou psíquicas após a infeção COVID-19. Fraqueza muscular e respiratória, fadiga, alterações da sensibilidade, diminuição/lentificação do raciocínio, stress pós-traumático, entre outras sequelas, são possíveis nestes pacientes em qualquer faixa etária. Pessoas que apresentem dificuldade no regresso à prática desportiva, que também tem sido uma queixa comum, pelo que deve ser acompanhada a fim de evitar lesões.
O PROGRAMA DE REABILITAÇÃO O programa é definido após consulta de avaliação com o médico e equipa de reabilitação, onde é realizada uma avaliação global do paciente, com instrumentos específicos para a capacidade funcional, grau de fadiga e as funções cognitivas.
FATOR DIFERENCIAL A reabilitação é realizada com uma equipa multidisciplinar, com médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, neuropsicólogos e psicólogos. Com protocolos de exercícios desenvolvidos especialmente para esta condição respeitando as fases da doença e garantindo a segurança. Avaliação e atendimento individual, com facilidade de aderência ao tratamento por meio do uso da tecnologia ao dispor.
PROCEDIMENTOS
AGENDAMENTO:
Contacto telefónica (211535300) ou email (consulta@neurovida.pt)
Através do site (www.neurovida.pt)
APÓS O AGENDAMENTO:
1) Triagem Inicialmente será efetuada uma avaliação do doente por equipa médica e uma avaliação holística do doente, recolha de dados socio demográficos, colheita da história clínica, avaliação da situação clínica atual e potencial de recuperação motora e funcional, bem como delineação dos objetivos futuros e gestão de expectativas, pelo e familiares / cuidador. Após a essa avaliação inicial do doente, e havendo critérios clínico e sociodemográficos para potencial de recuperação motora e/ou funcional, cognitiva, o doente passará a uma segunda fase de avaliação para a integração num programa de reabilitação integral.
2) Avaliação Médica Especializada O médico efetuará uma avaliação do doente definindo o objetivo do programa de reabilitação, delineando em conjunto com o cuidador um plano de intervenção individual com gestão de expectativas. Após a consulta o doente iniciará um programa de reabilitação individual e integral (de acordo com a patologia clínica em questão, deficiência, incapacidade e participação na sociedade). De acordo com os critérios clínicos serão prescritas as terapias mais adequadas de intervenção bem como a requisição (sempre que necessários) de outros exames complementares de diagnóstico / tratamentos.
3) Avaliação Clínica (Terapeutas) A recuperação do paciente requer a elaboração de um plano de intervenção individual, sendo este delineado pela equipa multidisciplinar, médicos das várias especialidades, fisioterapeuta, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, (neuro)psicólogo, psicólogo clínico, entre outros. A clínica contempla meios de diagnóstico e tratamentos na área da neuro reabilitação conferindo um cariz inovador nesta área em Portugal. Salienta-se a Estimulação Transcraniana (Magnética/rTMS ou Elétrica/tDCS), que realizada com base na evidencia (documentada em estudos publicado em revistas de alto impacto científico) e nas boas praticas tem como objetivo acelerar a recuperação do doente bem como potenciar os ganhos adquiridos. As prescrições dos tratamentos são de indicação médica com a colaboração de toda a equipa multidisciplinar.
4) Grupo de Acolhimento (enfermeira e administrativa) Será efetuado uma reunião de acolhimento entre a equipa clínica, o doente e cuidador com objetivo de apresentação das instalações e do regulamento interno da clínica. Será distribuído o manual de acolhimento, elemento facilitador do processo de acolhimento e de integração do doente nos parâmetros da clínica. Será apresentado ao doente o plano de tratamento (definido pela equipa inter-multiprofissional) e o orçamento para a execução de todo o programa proposto. Posteriormente será cedido um agendamento do tratamento a efetuar (dia e hora para cada intervenção).
4) Programa de reabilitação / ciclo de tratamentos O programa de reabilitação / ciclo de tratamentos está organizado em séries de 20 sessões. O plano de tratamento do doente (definida pela equipa clínica) poderá ser elaborado em regime intensivo, regular ou de manutenção. Assim, a cadência dos tratamentos poderão ser de 2 a 5 x/ semana. A permanência do doente na clínica será em média de 3 h / dia (dia de atendimento), para tratamento. A clínica dispõe de uma equipa de apoio que assegura os cuidados gerais de higiene, alimentação e transporte (quando solicitado). Semanalmente haverá uma reunião de todos os profissionais onde será reajustado o plano de tratamento para o doente na semana seguinte - plano de intervenção individual.
5) Avaliação do doente após ciclo de tratamentos No final de cada ciclo de tratamentos, será efetuada uma avaliação do doente pelo médico fisiatra, após a apreciação de um relatório de todos os elementos da equipa (fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, neuropsicólogo) e decidirá em colaboração com o doente e cuidadores da necessidade de continuação ou não de novo ciclo de tratamentos. Serão avaliados os ganhos funcionais, motores, cognitivos e capacidade de participação.
Fonte
Neurovida- Neurocovid - Reabilitação Pós Covid. Consultado a 16 de Fevereiro. Disponível em https://www.neurovida.pt/pt/servicos/programas/neurocovid
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